O momento da gravidez para a mulher pode ser vivenciado como um acontecimento grandioso em sua vida. A geração de um novo ser, a maternidade, se associa à feminilidade, condição que desperta, muitas vezes, a libido e o desejo sexual aumenta.
Entretanto, a gravidez pode ser encarada como um momento delicado na vida da mulher. A fragilidade passa a ser a tônica, a ansiedade e a insegurança predominam quanto ao bem-estar do bebê. O apego às questões estéticas, aliado ao medo de não voltar a ter mais o mesmo corpo que tinha antes da gravidez, prejudicam a auto-estima da mulher, contribuindo para o surgimento de quadros depressivos, o que ocasiona a diminuição ou a inibição do desejo sexual.
O desejo sexual de alguns homens também pode ficar prejudicado, pois do ponto de vista psicanalítico a mulher grávida pode ser vista como “a mãe do filho”, ou até mesmo, confundida (simbolicamente) com a própria mãe do marido, o que contribui para um distanciamento entre o casal e uma inevitável diminuição ou ausência de encontros sexuais.
Em virtude das alterações físicas da região pélvica, a mulher grávida pode apresentar dificuldade em obter orgasmo no momento do coito, principalmente se houver dor na penetração, dor esta possivelmente causada pelo inchaço e diminuição do canal vaginal ocorrido no primeiro e terceiro trimestre da gravidez.
Além das alterações físicas, tanto no primeiro quanto no terceiro trimestre de gestação, pode ser que o estado emocional seja o fator gerador da dificuldade em obter orgasmo, ou até mesmo, da dor na penetração, pois a ansiedade e o medo de prejudicar o bebê produzem contrações vaginais involuntárias que prejudicam a produção de lubrificação e inviabilizam ainda mais o coito.