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Cuidados pré-natais

A gestação múltipla merece alguns cuidados especiais durante o acompanhamento pré-natal, visto que algumas doenças são mais freqüentes em comparação à gestação única.

A principal complicação da gestação múltipla é a prematuridade e o baixo peso dos bebês. O importante é prevenir a prematuridade extrema e algumas medidas podem ser feitas para identificar as pacientes de maior risco para tal.

1. Medida seriada do colo uterino, preferencialmente pela ultrasonografia transvaginal.

2. Identificar precocemente as contrações uterinas (às vezes indolores).

Para tentar minimizar estes problemas, o acompanhamento destas gestantes deve ser mais freqüente após o sexto mês, o repouso pode se tornar necessário, bem como a administração de corticosteróides no final da gestação para acelerar a maturação dos pulmões dos bebês.

A avaliação do crescimento intra-útero dos bebês deve ser realizada com maior freqüência do que na gestação única. Como não existem tabelas de normalidade para peso e medidas de múltiplos, o mais importante é a análise comparativa no decorrer da gestação, ou seja, acompanhar cada bebê individualmente e observar se está havendo desaceleração no ganho de peso de cada um deles. Nem sempre um bebê pequeno representa um retardo de crescimento, pode ser uma medida de adaptação para promover maturidade. É sempre importante avaliar vários parâmetros além do peso, como o perfil biofísico fetal e a dopplervelocimetria, antes de decidir pela resolução do parto.

Na gestação com gêmeos idênticos, existe maior probabilidade de um bebê crescer mais do que o outro (síndrome feto-fetal), o que deve ser sempre motivo de atenção do ultra-sonografista.

Um ponto ainda bastante controverso é a necessidade de se realizar cerclagem uterina (dar pontos no colo do útero) nas gestações múltiplas. Apesar de alguns médicos realizarem este procedimento de rotina, nestes casos, a maior parte dos trabalhos científicos mostra que esta conduta não é obrigatória, portanto, deve ser feita apenas em casos selecionados. A gestante de múltiplos tem maior probabilidade de apresentar hipertensão e diabetes (27 a 33%) durante a gestação, assim, estas duas patologias devem ser cuidadosamente observadas durante o pré-natal, com exames de sangue específicos e ultra-sonografias.

Detecção precoce de infecções genitais e urinárias é de capital importância para se evitar rotura precoce da bolsa.

O repouso preventivo aumenta a irrigação (fluxo sangüíneo) do útero diminuindo a contratilidade uterina.

O uso preventivo de inibidores da contração uterina também é controverso não sendo recomendado de rotina.

No terceiro trimestre, são importantes os seguintes exames:
cardiotocografia, perfil biofísico fetal e ultra-sonografia com doppler colorido. Em relação ao tipo de parto (normal ou cesárea), dá-se preferência à cesariana, pois geralmente um ou mais bebês estão em posições desfavoráveis para o nascimento por via vaginal.

Os exercícios podem ser realizados com acompanhamento. O ideal são exercícios na água (hidroginástica), que não exercem peso sobre o colo uterino.

As necessidades nutricionais estão aumentadas na gestação múltipla, portanto, sempre que possível, deve-se realizar acompanhamento dietético com nutricionista. O ganho de peso ideal nestes casos gira em torno de 12 a 15k para gêmeos e 15 a 18k para trigêmeos.

A anemia, bem como a carência de outros elementos, é mais freqüente nas gestações múltiplas em relação à gestação única. Assim, é fundamental a ingestão de uma dieta balanceada, bem como suplementos vitamínicos.

Complicações perinatais que são mais freqüentes na gestação múltipla:

  • Hiperêmese gravídica (vômitos em exagero)
  • Anemia
  • Hipertensão (pré-eclâmpsia)
  • Diabetes gestacional
  • Rotura prematura da bolsa das águas
  • Poli-hidrâmnio (quantidade de líquido amniótico aumentada)

Todos estes problemas podem ser minimizados com um bom acompanhamento pré-natal.